Simple Plan e Jennifer Lopez lançam as últimas piores músicas do mês

Simple Plan feat. Rivers Cuomo – Can’t keep my hands off you

Jennifer Lopez feat. Lil Wayne – I’m Into You

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Você não pode dormir sem saber que…

Arcade Fire pode fazer shows no Brasil (31/03)

U2 erra nome de cidade durante show na Argentina (31/03)

Ozzy Osbourne levanta bandeira do Grêmio no estádio do Internacional (31/03)

Gravadora é condenada a pagar R$ 1,2 milhão por música de Tiririca (31/03)

Jamie Cullum e Jack Johnson vão cantar em festival paulista (30/03)

Despedida do LCD Soundsystem vai ser transmitida pela Internet (30/03)

Lady Gaga pode participar de shows de Alice Cooper no Brasil (29/03)

Quarta-feira

Toda quarta-feira é igual (para mim, pelo menos, que não sou Maria e fico milionário na terça-feira à noite). É o pior dia da semana. No sábado e domingo, mal ou bem, eu consigo dormir o mínimo de oito horas necessárias para a saúde do ser humano. Chega segunda e esse tempo é reduzido a seis. Na terça, a cinco. Na quarta, sou um zumbi.

Acordo às 6h30 para estar na faculdade em uma hora. Sempre chego dez ou quinze minutos atrasado, mas raramente o professor já começou a aula. Geralmente, ele bebe aquela garrafa de 600ml de Coca inteira (!!!) antes de se levantar da cadeira. Passo a manhã tentando me concentrar o máximo que posso nas aulas e me esforçando para ser agradável com as pessoas quando, na verdade, quero explodir uma a uma (ou, ao menos, descobrir onde fica o botão MUTE delas).

Na hora do almoço, me estresso com a lanchonete. Às vezes, levam 40 minutos para fazer um PF idiota. Sono e fome não é uma combinação feliz. Tento manter a calma e jogar conversa fora enquanto minha comida é preparada, se houver alguém sentado comigo à mesa (geralmente tem).

Em seguida, estágio. Seis horas de provação dos meus limites. Lê nota, escreve nota, edita nota, corta foto, sobe foto, muda título, põe link, muda chamada. Ah, se fosse só isso… Finge que não ouviu aquela piada sem graça, ri de compromisso daquela outra, finge que concorda com o que é dito para não ter que desenvolver uma conversa, reune forças para ir ao banheiro e beber água, senta de novo, escreve mais, olha pro relógio.

Quando chega o fim do dia, tudo que eu quero é me jogar na cama. Não quero jantar, nem tomar banho, nem ler meus e-mails. Só quero me jogar na cama e relaxar. Não digo nem dormir, porque esta já é uma ação que exige concentração demais. Mas eu não faço isso. Eu tenho mãe (e um gato que começa a miar disputando com ela a minha atenção). Uma mãe superprotetora, que quer saber de tudo e contar todo o seu dia. Exatamente como fazíamos, por prazer, quando eu tinha seis anos. Cansado, é tortura.

– Mãe, não quero conversar.
– Ih, tá nervoso! O que aconteceu?
– Nada.
– Alguma coisa te aborreceu?
– Por enquanto, não.
– Não fica assim não. Você tá muito irritado.
– Só estou cansado.
– Mas eu fiz alguma coisa?
– Eu não quero conversar.
– Só fala se eu fiz.
– Não, mas eu tô cansado! Não quero conversar! Não estou com paciência para você!
– Eu só quero seu bem…
– Bem demais é mal!

Depois me perguntam porque quero morar sozinho. A delícia de chegar em casa e, finalmente, não ter que socializar.

BBB 11 mariou e Maria ganhou

Quero recontar, do meu jeito, uma história meio adaptada de um conto do Guimarães Rosa chamado “Substância”. É a história da paixão, do amor incontrolável, de um grande proprietário pela mais humilde de suas funcionárias. Ele fica louco de amor. Só tem olhos para a menina, jovem donzela intocada. Sim, pois ninguém a toca com medo do seu passado. Todos têm medo dela, apesar da formosura. Medo de seu passado. A mãe dela não prestava. Vagabunda, louca de pedra. O pai? Leproso. O homem, o patrão da menina linda e órfã, fica alucinado, vocês podem imaginar. Não dorme mais, nem fica acordado. É um ser atormentado, refém de uma decisão: ou coloca uma pedra sobre o coração – congela e mata aquela paixão e todos os riscos que ela traz e morre, também, sozinho – ou se entrega ao destino e, também, pode morrer de amor. Daqui a pouquinho eu conto o fim da história.

O fato das coisas não mudarem há muito tempo não quer dizer que são imutáveis. Reza a lenda – e até faz sentido – que são as mulheres que decidem o Big Brother. Que são elas que votam mesmo e que por isso mulher bonita e gostosa não vai ganhar nunca. ‘Ah, vai posar nua, fazer novela, o escambal, coisa e tal, casar com homem rico. Tá com a vida ganha’. Até que chega uma mulher, uma linda mulher, que atrai os homens e intriga as mulheres. Até que chega uma mulher que esfrega… não… que afaga na cara das mulheres tudo o que elas detestam ser, ter sido ou vir a ser de novo por alguma circunstância. Circunstância aí quer dizer ‘homem que não me quer’. Vem então essa boneca de pano com um… sorriso ou feitiço? Sei lá. Sorriso no rosto. Não acredito em feitiço. Acredito em deusas. E com esse tal sorriso e com suas lágrimas, ela não apenas sorriu, não apenas chorou. A propósito, quem é burro mesmo.

Bem, eu contei toda aquela história, inspirada no Guimarães Rosa, do patrão apaixonado pela empregada humilde e de passado suspeito, só para usar a frase dele, do homem apaixonado, quando ele finalmente toma a sua decisão. Eu vou usar a frase para anunciar pra quem vai o Big Brother Brasil 11. ‘À ela, a única Maria do mundo!’

– Pedro Bial

BBB 11: Daniel, Maria ou Wesley – Quem deve ganhar?

E nós chegamos à reta final do Big Brother Brasil 11. Sem um Alemão, Dourado, Grazi, Sabrina, Bambam ou até mesmo um Thyrso&Manu. A trancos e barrancos, chegamos (com baixa audiência, é verdade). Esta edição foi precária – com participantes demais e carisma de menos – e os três potenciais vencedores podem até não ter conquistado multidões, mas são mesmo os mais merecedores. Sem eles, os editores não teriam sequer material de trabalho (24 horas de gravação podem muito pouco se as pessoas vegetam). Então, sem mais, é hora de fazer a sua escolha e voltar para a sua vidinha, porque desta vez, o ano começou antes do fim do programa.

  • Daniel – Um dos mais engraçados da casa é também o mais velho: 40 anos. Protagonizou cenas hilárias, bêbado, dançando com o coqueiro durante as festas. Pernambucano, com pinta de pobre, cuida de um abrigo para senhoras idosas, o que sempre é um ponto positivo com o público. Tem apelo. Fez várias fofocas na casa, ao lado de Lucival. Mas após a saída do amigo justamente por este motivo, passou a se controlar. Quando está de mau humor, reclama de todo mundo. Mas não deixa de ser o melhor amigo gay de quem esteja precisando de um no momento.
  • Maria – “Estou pronta para me exibir para o Brasil inteiro”, declarou antes de entrar na casa. Sem dúvidas, ela é a protagonista desta edição, como já falei aqui anteriormente. Bonitinha, burrinha, boazinha. Emplacou o bordão “mariou”. Enquanto se dividia no programa entre romances com Mau Mau e Wesley, aqui fora pipocam fotos e vídeos eróticos dela. Ariadna, a primeira eliminada, chegou a dizer na Casa de Vidro que Maria, que tem 27 anos e atende por Meg Melilo, já foi garota de programa. Só foi a um paredão e, por isso, não dá para saber como o público a vê.
  • Wesley – O médico entrou no programa com ele já em andamento, como tática do diretor para movimentar a casa e alavancar a audiência. Bonitão, o capixaba de 24 anos, logo engatou um flerte com Maria, que já tinha se envolvido com Mau Mau. Com a volta deste ao reality show, Wesley foi colocado à margem por todos os brotheres, inclusive ela, o que lhe rendeu o título de recordista de paredões desta edição (muitas vezes, com votos da própria Maria). Coração aberto, depois disso, ele chegou a imunizá-la. É fofo e influenciável.

Solidão + egoísmo = Inverno da luz vermelha

Inverno da luz vermelha merece todo o sucesso que está tendo – com sessões esgotadas desde a sua estréia no Rio de Janeiro (embora o Teatro Glaucio Gil seja absurdamente pequeno). Assisti à peça neste domingo, 27, de primeira fila, o que me deixou exatamente no nível do palco (uma experiência bastante interessante… me senti uma mosquinha dentro das cenas). Escrito por Adam Rapp e traduzida por Eduardo Muniz e Ricardo Ventura, o texto fala sobre três vidas intimamente relacionadas, mas perdidas dentro de si mesmas. Os personagens são extremamente solitários (e, nesse sentido, egoístas). Fiquei atordoado com esta obra. Me tirou da minha zona de conforto.

David (André Frateschi) e Matheus (Rafael Primot, ótimo) conhecem Christine (Marjorie Estiano, super amadurecida e segura) em Amsterdam. Ela é uma garota de programa contratada por David para transar com seu amigo, Matheus, que não tem relações sexuais há três anos. Mas antes ele faz um, digamos, test drive e a moça tem três orgasmos. Se apaixona, pede o endereço dele, mas vai conhecer Matheus.

Depois de muito custo e de compartirem os seus dramas – Matheus entrou nesse celibato depressivo depois de que sua namorada, Sara, o abandonou para ficar com David (pois é…) – os dois tem, sim, a sua noite. E, dessa vez, quem se apaixona é Matheus. Tadinho. Matheus gosta de Christine que gosta de David que, do seu jeito, deve gostar de Sara. Os anos passam e Christine vai ao Brasil atrás de David. Mas o endereço que ele deu é o de Matheus. Ou seja, as histórias voltam a acontecer e todas as frustrações vem à tona. Assim como Christine mal lembra de Matheus, David mal lembra dela. E o resto só assistndo.

Impressões

Não é interessante esse bicho que é o ser humano? Em um folder promocional da peça, li: “Voltando ao assunto da solidão, fica cada vez mais claro que no fundo ela não é nada que se possa escolher ou abandonar. Somos solitários. É possível iludir-se a esse respeito e agir como se não fôssemos. É tudo. Muito melhor, porém, é perceber que somos solitários e partir exatamente daí” (Rainer Maria Rilke). Refleti um bocado.

Paixões platônicas são a personalização da solidão, como mostram os personagens. É algo totalmente instrospectivo. É como aquela música do Lulu Santos: “É uma idéia que existe na cabeça / E não tem a menor pretensão de acontecer”. E, ok, eu sei que a gente finge que quer que aconteça. Mas no fundo, não. As histórias idealizadas são perfeitas. Não há problemas, não há decepção, é pura contemplação. Então, cabe aqui se questionar se não é a impossibilidade do acontecimento que faz Christine se apaixonar, em Amsterdam, por um cliente brasileiro que ela não vai ver nunca mais e, em contramão, ignorar a existência de Matheus. Da mesma forma, Matheus, ao se apaixonar por uma prostituta holondesa que ele nem sabe exatamente onde atende.

E o egoísmo, que eu disse no início do texto, se personofica justamente quando os personagens focam nas suas vidas solitátias, mesmo vivendo em sociedade, e ignoram sentimentos e atitudes alheias. Christine, que ignora Matheus, que ignora a traição do amigo, que ignora Christine. David, ainda, não teve escrúpulos em roubar a namorada de Matheus e seguir com a amizade. Se isso não é um pensamento egoista, pensando unicamente na própria vida, sem pensar ou se preocupar com consequências das próprias atitudes ao seu redor, eu não sei.

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