Tem gente que vai sozinha ao cinema. E tem gente que não. Tem gente que não nota que há indivíduos sozinhos na sala. Já outros olham torto e pensam em como eles são solitários. É o preconceito com quem assiste a filmes sozinho, como se fôssemos uma aberração. Mas qual é o problema, afinal?
Não é como se nós tivéssemos rogado por companhia e tivéssemos fracassado. Não é como se não tivéssemos amigos, namorados, familiares. Também não somos autistas. Eu hein. Sempre que estou sozinho no cinema – tenho esse hábito desde adolescente – e encontro algum conhecido, sou capaz de ouvir seus pensamentos. Parece que eu sou um avatar, um smurf ou a Cuca, tirando pela cara de surpresa que fazem.
Não é como se eu tivesse fobia social ou algum outro distúrbio mental. Na verdade, tenho preconceito com quem só vai ao cinema acompanhado. Te digo o porquê: essas pessoas – vocês! – limitam o cinema a um lazer coletivo (além de serem totalmente dependentes!!!). E isso trás muitos significados ocultos…
Se você só vai ao cinema acompanhado, provavelmente só assiste a um tipo de filme, os de entretenimento barato. Você ignora o cinema de reflexão e, portanto, não pensa e não conhece outras narrativas. E não chora também – porque fica feio chorar na frente dos outros. Enfim, você é um chato.
Para completar, você se enche de pipoca enquanto os trailers passam e, após a sessão, engole um lanche do Mc Donald’s. O seu passeio não é saudável. Já quem vai sozinho ao cinema, raramente comprará pipoca e pode, depois da sessão, jantar de verdade (fora ou em casa), fugindo das batatas fritas. É fato: grupinhos não saem dos cinemas para os restaurantes, mas sim para as lanchonetes.
São programas diferentes: o sozinho e o coletivo. Os dois são agradáveis. Há dia, humor e filme para ambas as opções. Se não compreende, respeite.