Ainda dá tempo de ser feliz em 2016

Eu já entendi que todos vocês odiaram 2016.

Foi mesmo um ano difícil. Economia, um desespero. Política, uma vergonha. Amor, em ruínas. Tragédias, sem fim. A gente só não chorava lendo o jornal – ou rasgava página por página, de raiva – porque não tinham nem dinheiro para comprá-lo. Foi o Natal das lembrancinhas. Foi o fim de Fátima e William, de Angelina e Brad, e até de Jout Jout e Caio. Limaram o Jô, a Leda Nagle e até o Pedro Bial do BBB. Morreram David Bowie, Prince, George Michael, Ferreira Gullar e o time do Chapecoense. Ou seja, um ano em que aconteceu de um tudo. Compreendo a raivinha, compreendo o “2016 não acaba nunca”. Mas ainda é segunda (26/12) e você tem seis dias inteiros para fazer o ano valer a pena. Nada de “Vem 2017”: vai deixar esses seis dias passarem ao léu?

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Sim, esse texto está com cara de autoajuda e… quem sou eu para tal! Mas é que eu gostei muito de 2016, e fico um pouco tímido de dizer isso em público. Só gratidão da minha parte: após anos de frustrações, minha vida começou a tomar rumo. Não vou listar aqui minhas alegrias, porque não é o momento de jogar nada disso na cara de ninguém. Como disse, fico constrangido de admitir que tive um bom ano, quando o Brasil colapsou. Mas, para mim, realmente tudo andou. Não posso reclamar. Note que só tomei coragem de falar isso no segundo parágrafo.

Obviamente, houve pontos negativos e momentos verdadeiramente difíceis – sempre há. Porém, prefiro olhar para o lado positivo. Não é nem uma escolha racional que eu tenha optado fazer – como um estilo de vida. Não, não é nada disso. É só que não tem como ser diferente. Tive várias notícias boas, às vezes tudo ao mesmo tempo, e meus problemas estiveram sempre relacionados a realizações. Quando você está bem, até os problemas são de outro nível. Não é muito uma questão de para onde você olha, e sim de onde você olha. Eu disse que não ia jogar na sua cara, mas cá estou eu, fazendo isso. Não dá para confiar, né?

O que eu quero dizer é: você tem seis dias, e ainda dá para fazer de 2016 o ano inesquecível de sua vida. A gente não precisa muito mais do que alguns segundos para isso, na verdade. Acredite. 2017 não vai ser uma luz no fim do túnel se você não seguir caminhando nesse túnel. Mudar um número no calendário não transforma a vida de ninguém: tem que plantar pra colher, e não há melhor momento para começar do que agora. É uma declaração de amor que você pode fazer. Uma caridade que pode se propor a realizar. Um currículo que pode mandar. Ah, não! Currículo, não! Ouse! Vá bater na porta do emprego dos seus sonhos. Apresente algo diferente, revolucionário. Você não tem nada a perder. Vergonha é ficar no quarto reclamando. Leia para alguém, peça desculpas, desculpe, visite aquele amigo que não vê há um tempão, escreva uma carta (tem muito mais afeto que uma mensagem no Facebook), reserve tempo para seus avós, realize um sonho, faça um filho, ajude um refugiado, ouça um refugiado, aceite ajuda, lembre-se de quem você quer ser, delete quem te faz mal, exploda, ponha um ponto final, canta pra subir, aplauda o pôr do sol, cante alto, vá para a rua, lute, perca a cabeça, recomponha-se, faça um textão, viralize. Vou te dizer francamente: seis dias podem mudar sua vida. Ou, pelo menos, 2016. Com certeza, 2017. São os primeiros seis dias do resto de sua vida. Se não rolar, você pelo menos vai ter história pra contar.

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